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Espaços culturais do Paraná terminam o ano com recorde de público e exposições marcantes

Em 2023, os espaços culturais do Paraná alcançaram recordes de público e um aumento nas atividades oferecidas. O ano foi marcado por exposições notórias, como “Extravagâncias”, de Joana Vasconcelos, no Museu Oscar Niemeyer (MON), e “Objeto Sujeito”, ressignificando o acervo do Museu Paranaense (MUPA). O projeto de expansão no Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR) e a obra de restauro no MUPA são outros destaques.

O Paraná testemunhou um grande fluxo de visitantes nos equipamentos culturais, refletindo o interesse da comunidade com a cultura. O MON registrou seu maior público em um mês (julho), por exemplo: foram mais de 47 mil visitantes. Já o setor educativo do Museu Casa Alfredo Andersen duplicou o número de atendidos, recebendo grupos de estudantes e interessados.

O MUPA também registrou o maior número de visitantes de sua história, firmando-se como uma das mais importantes instituições museais do Brasil. Esse fenômeno evidencia a relevância dos equipamentos culturais do Paraná, enfatizando a importância das manifestações artísticas para a sociedade como um todo.

As instituições também participaram de atividades parceiras com outras entidades. Em âmbito nacional, a 17ª edição da Primavera dos Museus, evento tradicional organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), teve como tema central “Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas”. Já em âmbito estadual, o Governo do Paraná implementou o programa “Partiu Museu” por três meses, em parceria com as Secretarias da Cultura e da Educação. Esse projeto teve como objetivo ampliar o acesso dos estudantes da rede estadual às instituições culturais.

Confira os principais destaques do último ano dos equipamentos culturais do Paraná:

BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ

A Biblioteca Pública do Paraná realizou ao longo de 2023 uma série de ações culturais gratuitas voltadas a todos os públicos. Pensando na diversidade e inclusão, a instituição de 166 anos apresentou projetos voltados para lançamentos de livros, exposições, contações de histórias, teatro, sessões de cinema, oficinas, palestras, entre outros.

A BPP recebeu mais de 40 lançamentos de livros, entre obras para adultos e crianças — um recorde desde que começou a ofertar esse tipo de evento, há dois anos. Trata-se de um serviço gratuito oferecido pela instituição aos autores independentes, que têm a oportunidade de divulgar e vender seus trabalhos no hall térreo da BPP. Cerca de 1.100 pessoas foram impactadas por essa ação, com a participação de escritores, entre bate-papos, palestras, oficinas e lançamentos de livros.

A BPP também recebeu doze exposições, dentre elas a mostra “ParanÁfrica” (com fotografias de Fernanda Castro e Marcelo Weiss). A tradicional Festa Literária da Biblioteca (Flibi) movimentou a BPP em outubro. Em sua 7ª edição, com o tema: “Mil vezes literatura”, a Flibi propôs um percurso pelas mais diversas formas de expressão da escrita, como música, teatro, cinema, artes visuais e literatura.

Outro evento de impacto na BPP esse ano foi a inauguração da Estante Afro Maria Águeda, com um acervo de mais de 500 títulos de autores/as afrodescendentes. Poucas as bibliotecas no Brasil têm um acervo permanente e totalmente dedicado a escritores negros.

CENTRO JUVENIL DE ARTES PLÁSTICAS

Em comemoração aos 70 anos da instituição, eventos especiais marcaram o ano, como a comemoração oficial, que reuniu autoridades, ex-diretores, ex-alunos e convidados, totalizando 90 presentes, além de outras atividades realizadas ao longo do ano com a temática comemorativa.

Mais de 1.500 pessoas participaram de eventos, oficinas e exposições promovidas pelo CJAP. O destaque ficou para as oficinas artísticas semestrais, que contaram com a presença de 272 alunos no primeiro semestre e 253 no segundo. Dirigidas a crianças e adolescentes de 8 a 17 anos, as aulas semanais focaram principalmente em artistas paranaenses.

Com a tradicional parceria com o Instituto de Educação Professor Erasmo Pilotto (IEPPEP), o CJAP desenvolveu projetos como o “Arte no Paraná”, proporcionando a alunos do curso de Formação de Docentes a oportunidade de conhecer artistas locais, com a participação de 76 alunos em uma das iniciativas.

Outro ponto alto foi o 4º Concurso Paranaense de Desenho, que atraiu 350 participantes de todo o Paraná. Com o tema comemorativo “CJAP – 70 Anos Ensinando Arte”, ele celebrou a história e a relevância do centro na educação em arte, enriquecendo o olhar sensível de jovens de 8 a 17 anos para a cultura local e o legado da instituição.

MUSEU CASA ALFREDO ANDERSEN

A jornada do pintor Alfredo Andersen, também conhecido como o “pai da pintura paranaense”, voltou a ficar em evidência. O museu que leva seu nome apresentou diferentes exposições temáticas, coletivas ou individuais, como “Matéria e Memória”, da pintora ítalo-brasileira Daniela Marton; “Espeleo Arte Histórica”, mostra interativa inserida na agenda do 37º Congresso Brasileiro de Espeleologia; “A Pele da Terra”, que apresentou ao público gravuras do coletivo GRACON; e a instalação “Ciclo Contínuo”, da multiartista mineira Eliana Brasil.

Destaque também para “Apresentando os Gêneros da Pintura pelas obras de alunos de Alfredo Andersen”, com curadoria da professora e pesquisadora Rosemeire Odahara, que fortalece o legado do mestre na cena artística do Paraná e o caráter didático da instituição.

Com aumento de 178% no número de atendidos em relação ao ano passado, 2023 celebrou conquistas para o Setor Educativo do museu, que manteve uma participação ativa, recebendo grupos de estudantes de diferentes idades em atendimentos que visam compartilhar a história da arte paranaense por meio da vida e obra de Alfredo Andersen.

O espaço também recebeu uma oxigenação cultural por meio do projeto de residência artística, como o aquarelista João Paulo de Carvalho e a fotógrafa Heloísa Vecchio, passando pelo cenário internacional com a aquarelista japonesa Mayumi Taguchi, e a proposta inusitada de “ArtistaAnonimo SA”.

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PARANÁ

O Museu de Arte Contemporânea realizou uma série de mostras, oficinas e projetos culturais. Foram mais de 250 mil visitantes. Ele funciona temporariamente nas salas 8 e 9 do Museu Oscar Niemeyer.

Em março, o MAC e a Aliança Francesa de Curitiba sediaram uma performance inédita do artista contemporâneo JA Dupont, chamada “Live Paint-Mapping”. O evento gratuito consistiu na criação improvisada de pintura ao vivo, combinada com video-mapping. Também no mês de março, o Mês da Mulher, o MAC inaugurou a exposição “Forjada pelo Tempo”, que estabeleceu uma analogia entre as divindades da mitologia universal e o ser feminino contemporâneo.

Um destaque do ano foi “Os Significadores do Insignificante”, destacada como a melhor exposição do ano na região Sul pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Com mais de 260 obras, incluindo muitas inéditas, apresentou a relevância artística e a trajetória internacional de Efigênia Rolim e Hélio Leites, fundamentais nas artes visuais. A mostra aproximou o público do trabalho desses artistas, reconhecidos por criar arte, poesia e histórias a partir de miniaturas e resíduos encontrados nas ruas.

Em 2023, o MAC também apresentou a primeira exposição póstuma de André Malinski, “André Malinski no céu”, com obras da coleção pessoal do artista, e “Reforma: formas de ver”, revelando uma seleção do seu acervo com obras de mais de 50 artistas, proposta desenvolvida por Carolina Loch e Joanes Barauna.

MUSEU OSCAR NIEMEYER

O ano de 2023 teve importantes marcas para o Museu Oscar Niemeyer. Em julho, o maior público da sua história em um mês: 47.500 pessoas, sendo que, numa única quarta-feira (19/7), foram 5 mil visitantes. Até o final de novembro, o público total registrado pelo museu era de aproximadamente 370 mil pessoas.

Entre outras realizações, neste ano o MON inaugurou 12 exposições, sendo uma itinerante. Foram elas: “MON sem Paredes”; “Pintura Vingada”, de Delson Uchôa; “Tela”, de Leila Pugnaloni; “Buraco no Céu”, de Túlio Pinto; “Serguei Eisenstein e o Mundo”; “África: Diálogos com o Contemporâneo”; “Perpétuo Movimento”, de Norma Grinberg; “Sonoridades de Bispo do Rosário”; “Ásia: a Mão do Povo” (em Cascavel); “O Feminino na Obra de Victor Brecheret” e “Mario Rubinski – O Espaço Imantado”, além de “Extravagâncias”, de Joana Vasconcelos.

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO PARANÁ

O ano de 2023 marcou a continuidade do Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR) nos trabalhos de diversificação de suas atividades. Durante esses 12 meses, o espaço cultural proporcionou uma variedade de eventos, incluindo exposições temporárias, visitas guiadas, oficinas e sessões de cineclube, além da exibição do já expansivo acervo permanente.

O museu se destacou com atividades gratuitas e exposições, como “Sinestesia dos Objetos”, explorando a influência cultural dos artefatos tecnológicos, “O Choro Aqui e em Todos os Lugares”, com imersão na cultura do choro, e “Memórias da (R)Existência LGBTI+ no Paraná” e “Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé”, com reflexão sobre as ações afirmativas.

O ano também ampliou o processo de expansão do museu, que prossegue de forma gradativa e já deu importantes passos no projeto que prevê uma área total de 6.480 m². O MIS-PR reúne interação, pesquisa e imersão na memória audiovisual do Estado, sendo o segundo museu mais antigo do gênero no País.

MUSEU PARANAENSE

O Museu Paranaense (MUPA), o mais antigo do Paraná e o terceiro mais antigo do Brasil, registrou um recorde de público com 143 mil visitantes ao longo do ano, sendo mais de 8 mil visitantes mediados pelo Núcleo Educativo. O número de visitantes foi 133% superior ao de 2019, período pré-pandemia.

Para o MUPA, o ano também foi marcado pela primeira reforma estrutural desde a instalação da instituição no histórico Palácio São Francisco, em 2002. As ações de reforma e restauro não resultaram no fechamento da instituição, que manteve e continua a manter importância crucial para a preservação da história do Estado.

O MUPA recebeu diversas atividades artísticas, educativas e culturais. Os destaques ficaram com a exposição “Mejtere: Histórias Recontadas”, sobre as coleções etnográficas, explorando vozes indígenas, a mostra “Claudia Andujar – Poéticas do Essencial”, com a trajetória ativista da fotojornalista, e “Objeto Sujeito”, exposição de longa duração que reúne doze artistas brasileiros contemporâneos dialogando, através de suas obras, com o acervo histórico do museu.

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